Escola presencial aumenta transmissão de Covid?

crianças chegando na escola usando máscaras faciais

Estudo de junho de 2021 mostra que medidas de proteção adequadas controlam risco de transmissão do coronavírus

Apesar de crianças menores de 10 anos serem menos suscetíveis a Covid-19, elas podem transmitir o vírus a outras pessoas. Por conta do risco de transmissão do coronavírus entre crianças, professores e familiares, dezenas de países decretaram a suspensão das aulas presenciais logo no início da pandemia. 

Porém, aulas à distância podem prejudicar o aprendizado e o desenvolvimento das crianças. É possível manter aulas presenciais e diminuir o risco de Covid-19 aos familiares? 

Um estudo publicado em junho na revista científica Science mostrou que escolas presenciais aumentam o risco de Covid-19, mas ao seguir pelo menos 7 medidas de proteção, o risco poderia ser controlado. Entenda mais a seguir.

Sobre o estudo

Pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, utilizaram um questionário para monitorar sintomas de Covid-19 e experiência escolar de crianças em domicílios dos Estados Unidos.  

Mais de 500 mil respondentes tinham pelo menos 1 criança em idade escolar em casa e indicaram quais foram as medidas de mitigação de risco adotadas pelas escolas. 

Entre elas, as que tiveram impacto para diminuição do risco foram: uso de máscara por alunos e professores; restrição de acesso à escola; tamanho reduzido de turma; suspensão de atividades extracurriculares; mais espaço entre mesas na sala de aula; contato durante todo o dia com os mesmos colegas; restrição de compartilhamento de materiais entre alunos; e o acompanhamento diário de sintomas.

sala de aula com medidas de redução de risco de transmissão de Covid-19

Os resultados mostraram que escolas presenciais aumentam o risco de Covid-19 nos familiares adultos que moram com a criança, mas quando há 7 ou mais medidas de mitigação, o risco é controlado.

Quais são as principais medidas de proteção contra a Covid-19? As recomendações do Ministério da Saúde e da OMS incluem:

– Uso de máscaras
– Distanciamento social
– Higiene das mãos
– Isolamento de casos suspeitos ou positivos
– Vacinação 

Impacto para as crianças

Ao redor do mundo, o período de fechamento das escolas foi variável. O Brasil está entre os países com maior tempo de fechamento, sendo que alguns municípios ainda mantêm a restrição de aulas presenciais.

Questiona-se não só o nível de aprendizado através de aulas à distância, mas também quais são os impactos no desenvolvimento e na saúde mental das crianças. A questão está sendo estudada no Projeto Jovens na Pandemia, coordenado por Guilherme Polanczyk, que pretende avaliar os efeitos da pandemia nas emoções e comportamentos de crianças e adolescentes brasileiros. 

criança triste sentada no chão brincando sozinha

Em um país como o Brasil, com tamanha desigualdade, preocupa também qual será o impacto social para essas crianças. Alunos de baixa renda não têm acesso a computadores para aulas à distância, além de terem perdido a merenda escolar, muitas vezes a refeição mais importante dessas crianças. O UNICEF teme que, por conta dessas dificuldades, aumente a evasão escolar e o trabalho infantil.

Além de entidades sociais, muitas famílias também têm o interesse no retorno presencial à escola. Pais e mães se uniram através do Escolas Abertas para mover uma Ação Judicial Popular contra a Prefeitura de São Paulo. O movimento solicita o retorno das atividades escolares presenciais em todas as escolas do Município. Assim, ficará a critério das famílias a decisão de levar os filhos à escola.

Testagem em massa

Cerca de metade dos casos de Covid-19 são assintomáticos. É essencial identificar todos os casos positivos, incluindo os assintomáticos ou pré-sintomáticos para conter a transmissão do coronavírus. 

A testagem em massa é uma opção segura para o retorno de atividades presenciais, como empresas e escolas. Porém, para que as pessoas sejam testadas com frequência, e não só quando apresentam sintomas, o teste precisa preencher alguns critérios.

O teste de Covid deve ser preciso, ou seja, ter baixa taxa de falsos-positivos. Além disso, deve ter um valor acessível e uma análise rápida para isolar os casos positivos o quanto antes; e o laboratório precisa ter capacidade para realizar um grande volume de testes por dia.

Nesse cenário, o PareCovid foi criado em 2020 com a capacidade de servir o Brasil. O teste de detecção do vírus SARS-CoV-2 em larga escala foi desenvolvido pela Mendelics em parceria com o Hospital Sírio Libanês. Inúmeras empresas e escolas já fazem parte do PareCovid, realizando a testagem recorrente para evitar a transmissão do coronavírus.

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