Em 1922, Leonard Thompson, de 14 anos, sofria com um quadro grave de diabetes no Hospital Geral de Toronto, no Canadá. Os médicos optaram por uma abordagem inovadora, nunca utilizada em humanos até então: uma injeção de insulina. Em pouco tempo, a glicemia de Leonard caiu do nível perigosamente alto de 520 mg/dl para 120 mg/dl e seu quadro se estabilizou.
A descoberta da insulina revolucionou o tratamento de pacientes com diabetes em todo o mundo, que até então precisavam fazer dietas extremamente restritivas para tentar controlar a doença – e, mesmo assim, dificilmente tinham sucesso. O feito rendeu o prêmio Nobel de Medicina para os cientistas Frederick Banting e John James Macleod em 1923 e salvou a vida de inúmeras pessoas desde então.
Nos últimos cem anos, graças a técnicas de sequenciamento e engenharia genética, a produção de insulina aumentou em quantidade e qualidade, ajudando ainda mais pacientes com diabetes. Saiba mais sobre essa história!
Diabetes: a falta de insulina
A diabetes é uma das doenças com registros mais antigos na história. Acredita-se que as primeiras menções à condição foram feitas em papiros egípcios datados de 1550 AC. Os médicos indianos Sushruta e Charaka conseguiram, entre 400 e 500 AD, distinguir dois tipos diferentes de diabetes, chamada por eles de “madhumeha”, que significa “urina de mel”.
O termo diabetes provavelmente surgiu na Grécia Antiga, mas o nome médico da doença, diabetes mellitus, foi cunhado em 1675, novamente em referência ao fato de que a urina de quem sofria com a condição era doce – “mellitus” significa “doce como o mel”.

Hoje sabemos que a diabetes ocorre quando nosso organismo não produz insulina o suficiente ou não consegue absorvê-la corretamente, o que resulta em taxas de glicose (açúcar) no sangue maiores do que o normal. Na diabetes tipo 1, doença autoimune, o próprio corpo ataca as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina, enquanto no tipo 2 as células do corpo perdem sensibilidade ao hormônio. Há ainda a diabetes monogênica, uma forma genética e hereditária da doença.
Diabetes: principais complicações
Quando os níveis de açúcar no sangue ficam altos durante longos períodos de tempo, os vasos sanguíneos do corpo tendem a ficar mais estreitos, o que reduz o fluxo de sangue para várias partes do corpo e pode levar a graves complicações.
Entre as principais complicações do diabetes, estão maiores chances de aterosclerose, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Danos nos vasos sanguíneos dos olhos podem causar perda de visão (retinopatia diabética), enquanto no fígado e rins pode aumentar a probabilidade de doenças hepáticas e renais.
Além disso, altos níveis de glicose também prejudicam a função dos glóbulos brancos, responsáveis por combater infecções. Por isso, pacientes com diabetes tendem a ter infecções bacterianas e fúngicas mais graves e longas do que o normal.
Os primeiros tratamentos com insulina
Antes da descoberta da insulina, os tratamentos para diabetes consistiam em dietas extremas e não eram muito eficazes, principalmente no caso de diabetes tipo 1. Isso começou a mudar no início do século XX, quando o médico inglês Edward Sharpey-Schafer descobriu que células das regiões do pâncreas conhecidas como “ilhotas de Langherans” produziam uma substância capaz de controlar os níveis de glicose no sangue. Ele chamou a substância de insulina, do latim “insula”, que significa ilha, em referência ao local do organismo onde era produzida.
Em novembro de 1920, o jovem médico canadense Frederick Banting começou a trabalhar no laboratório de John James Macleod na Universidade de Toronto. Com a ajuda do seu assistente Charles Best, Banting conseguiu, pela primeira vez, obter insulina a partir de células do pâncreas de um cachorro e tratar outro cachorro diabético com sucesso.
Ao pressentir que haviam obtido um resultado histórico, Macleod logo autorizou o uso de insulina para tratamento experimental em humanos. No Hospital Geral de Toronto eles encontraram Leonard e utilizaram uma forma mais pura e refinada de insulina, obtida a partir do pâncreas de animais de gado, para tratar o adolescente. O desfecho da história confirmou o pressentimento de Macleod. No ano seguinte, laboratórios farmacêuticos já começaram a produzir insulina para pacientes de diabetes na Alemanha, Dinamarca e Áustria.
Insulina e engenharia genética

A insulina produzida a partir de animais de gado foi usada durante muito anos para tratar pacientes de diabetes e salvou inúmeras vidas, mas não era perfeita. A substância muitas vezes causava reações alérgicas em humanos por ser proveniente de outra espécie.
Em 1955, o bioquímico britânico Frederick Sanger sequenciou a insulina bovina para determinar sua exata composição em termos de aminoácidos, e tornou a insulina a primeira proteína a ser totalmente sequenciada. Por sua pesquisa, Sanger foi laureado com o prêmio Nobel de Química em 1958.
Graças aos avanços feitos por Sanger e outros cientistas, a insulina também se tornou a primeira proteína humana a ser quimicamente sintetizada. Para isso, cientistas utilizaram técnicas de DNA recombinante e bactérias geneticamente modificadas para produzir insulina igual à encontrada em pâncreas humanos.
Em 1978, a insulina se tornou a primeira proteína humana a ser produzida através de biotecnologia. Quatro anos depois, a insulina humana começou a ser comercializada, resultando em tratamentos melhores e com muito menos reações alérgicas nos pacientes.
Diabetes monogênica: a diabetes genética
Com avanços científicos, novos tipos de insulina foram desenvolvidos, com efeitos de curta ou longa duração, que proporcionam a pacientes de diabetes cada vez mais qualidade de vida.
Desenvolvimentos tecnológicos também possibilitaram testes genéticos capazes de indicar a predisposição de uma pessoa a desenvolver a diabetes monogênica, forma genética e hereditária da doença. Descobrir o tipo de diabetes é importante pois a forma monogênica é muitas vezes confundida com os tipos 1 e 2 devido à semelhança de sintomas, mas seus tratamentos podem ser diferentes.
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Atualmente existem diversos tipos de insulina para pacientes com diabetes. Entre as principais diferenças entre os tipos de insulina estão o início da ação e a duração do efeito. Existem insulinas que agem em menos de 15 minutos com efeito de 3 a 5 horas, enquanto outros tipos podem demorar mais de 2 horas para agir, mas podem durar até 18 horas. Para saber os melhores tipos de insulina para cada caso de diabetes, consulte um médico.
A insulina normalmente é administrada em pacientes com diabetes logo no início do dia ou antes de refeições, para prevenir o aumento excessivo dos níveis de glicose no sangue. A insulina também é aplicada quando a glicemia fica muito alta em pacientes com diabetes. Para saber mais, consulte um médico.
Para verificar se os níveis de glicemia (glicose no sangue) estão normais ou elevados, é recomendado fazer um exame de glicemia em jejum de 8 a 12 horas. Níveis de glicemia abaixo de 99 mg/dL são considerados normais, enquanto níveis acima de 126 mg/dL podem indicar suspeita de diabetes. É importante repetir o exame e consultar um médico para confirmar o diagnóstico.