Testes genéticos desvendam ancestralidade de múmias

Múmia com fita de DNA no plano de fundo
Estudo revelou que múmias chinesas de cerca de 4 mil anos eram descendentes de povos indígenas, ao contrário do imaginado

No início do século XX, centenas de múmias foram descobertas no deserto de Taklamakan, na China. O clima quente e árido ajudou a preservar seus corpos, cabelos e até roupas. Os arqueólogos, portanto, sabiam muito sobre a aparência física e vestimenta desses indivíduos, mas quem eles eram ou porque estavam ali era um mistério.

Antes de realizarem testes genéticos, análises revelaram que as múmias viveram cerca de 4 mil anos atrás. Os pesquisadores acreditam que, naquele período, muitos povos chineses estavam deixando de ser caçadores-coletores e começando a se tornar agricultores. 

Desvendar o enigma de quem eram aquelas pessoas, portanto, poderia trazer mais informações não apenas sobre sua cultura, mas também sobre essa importante fase de transição da espécie humana.

Ancestralidades diferentes

A teoria mais aceita sobre a origem das múmias dizia que elas eram descendentes de imigrantes provenientes de regiões a milhares de quilômetros a oeste, que já conheciam técnicas de cultivo de plantas e criação de animais. Mas um novo estudo mostrou que, na verdade, elas descendem de povos indígenas que provavelmente adotaram métodos agrícolas de grupos vizinhos.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores sequenciaram o DNA de 13 múmias que viveram entre 3.700 e 4.100 anos atrás. Eles também analisaram o material genético de outras cinco múmias encontradas a centenas de quilômetros ao norte dali, que viveram entre 4.800 e 5 mil anos atrás.

Mapa da China.

Em seguida, eles compararam o perfil genético das múmias com o genoma de mais de 100 povos antigos e 200 populações modernas. As múmias encontradas ao norte apresentavam marcadores genéticos que indicavam descendência de imigrantes da Ásia Central, corroborando a teoria vigente.

As outras 13 múmias, entretanto, não compartilhavam essa ancestralidade. A genética mais próxima delas era a de caçadores-coletores que viveram ao sul da Sibéria, onde hoje é o Cazaquistão, cerca de 9 mil anos atrás.

Geneticamente isolados

O DNA dessas múmias também indicou que o povo ao qual pertenciam era geneticamente isolado de outros, ou seja, eles não tiveram filhos com pessoas de outras populações durante centenas ou milhares de anos. Apesar disso, eles aprenderam a cultivar plantas e criar animais da mesma forma que outros grupos.

Para complementar o estudo, os pesquisadores analisaram as placas dentárias calcificadas dos dentes das múmias. Eles encontraram proteínas do leite de bovinos, ovinos e caprinos, o que indica não apenas o consumo de comidas e bebidas lácteas, mas também a domesticação de animais para obter seu leite.

O trabalho dos arqueólogos, portanto, respondeu algumas perguntas, mas levantou outras: como esses povos aprenderam técnicas agrícolas? E com quem? “Essas são as próximas questões que vamos tentar responder”, disse Alison Betts, arqueóloga da Universidade de Sydney, na Austrália.

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