BRCA: como um teste genético mudou minha vida

Olá, meu nome é Rafaela Metrovine, tenho 30 anos e sou advogada. No ano passado, descobri mutações no gene BRCA que elevavam muito as minhas chances de desenvolver câncer. Hoje sou mastectomizada e não tenho a doença.

Estou aqui no blog meuDNA, de peito literalmente aberto, para contar o quão transformador foi um teste genético na minha vida. E como o acesso às informações genéticas pode mudar a vida de outras pessoas.

Histórico familiar

Convivi com o câncer no meu seio familiar desde os 5 anos de idade, quando a minha mãe teve o primeiro caso da doença. Uma das minhas primeiras lembranças deste período foi o aceno dela para mim, da janela do quarto do hospital.

Ela tinha 36 anos quando desenvolveu câncer em ambas as mamas. Aos 38, teve câncer de ovário. E, depois disso, foi câncer atrás de câncer. Faleceu aos 56 e passou 20 anos da vida lutando contra a doença, mas infelizmente foi vencida. Minha mãe não teve a oportunidade que eu tive.

Além da minha mãe, a minha avó e outras 7 tias maternas tiveram casos de câncer de mama. Já o meu pai teve melanoma, um tipo de câncer de pele, assim como o meu avô paterno e outros tios. Todos esses casos foram um ponto de atenção para cuidar do meu futuro. 

Eu era uma fortíssima candidata a ter mutações em genes relacionados ao desenvolvimento de câncer. Isso me levou a procurar a orientação de um geneticista, que pediu um teste genético.

Rafaela Metrovine

Ajuda médica

Quando comecei a ir ao ginecologista, a minha mãe sempre ressaltava aos médicos que era necessário incluir uma investigação mais profunda na rotina de exames anuais. Por isso, comecei desde muito cedo a fazer exames preventivos que mulheres adultas faziam. 

É claro que exames de rotina são fundamentais, mas eu nunca soube da possibilidade de fazer um mapeamento genético para buscar mutações, mesmo com um histórico familiar alarmante. E quando digo nunca, é nunca mesmo.

Fazer o teste genético foi uma decisão 100% minha. Eu provocava os médicos, contava meu histórico familiar a cada nova consulta para justificar minha preocupação. Até que, por iniciativa própria, agendei uma consulta com um geneticista. Após explicar todo o histórico a ele, a decisão pelo teste foi inequívoca.

Aos 30 anos, fiz um teste genético para cuidar melhor da minha saúde

Alteração no gene BRCA

Como o câncer sempre foi uma doença presente na minha vida, eu passei a adolescência e o início da juventude achando que, a qualquer momento, eu teria um câncer e morreria em decorrência dele, assim como a minha mãe. Era uma vida baseada no constante medo do sofrimento que a doença traz, e no medo da morte.

Quando fiz a coleta para o teste genético, que analisa alterações no DNA, no meu interior eu já sabia o resultado. E veio positivo para BRCA2, o que significa maior probabilidade de desenvolver alguns tipos de câncer, como o de mama e o de ovário.

Diante do resultado, eu e meu médico decidimos que seria melhor eu me submeter a uma cirurgia de Mastectomia Profilática. É basicamente a retirada preventiva de ambas as mamas, antes do diagnóstico de câncer, o que reduz em até 90% o risco de ter a doença.

Desenvolver um câncer não é uma sentença de morte. Mas quem quer pagar pra ver, mesmo podendo evitar? Eu não quis.

Rafaela Metrovine

O teste genético me trouxe muitas decisões definitivas a serem tomadas, me trouxe muitos sentimentos também. Mas o principal benefício foi ter a certeza de que a vida foi feita para viver, e sem medo do câncer. 

Hoje eu tenho a certeza de que tomei a decisão certa em querer saber o que o meu DNA diz e querer cuidar mais da minha saúde.

Rafaela Metrovine

BRCA: meuDNA explica

Todos nós temos os genes BRCA1 e BRCA2. Ambos cuidam do reparo do nosso DNA, regulando o crescimento de células e prevenindo tumores que podem se transformar em câncer.

Cerca de 10% dos casos de câncer são causados por mutações genéticas hereditárias.
Por causa do prejuízo na função reparadora das células, mutações nos genes BRCA
causam predisposição a câncer de mama, ovário e próstata, entre outros.

Descobrir mutações é saber o seu risco de desenvolver doenças genéticas no futuro.
Há testes genéticos, como a Assinatura meuDNA, que analisam esses e outros genes, todos ligados a doenças que podem ser evitadas ou tratadas precocemente.

Priorizar o autocuidado é um ótimo investimento a curto, médio e longo prazos,
seja qual for a sua idade* e o seu histórico familiar.

Comece agora a cuidar do seu futuro!
*o meuDNA Saúde pode ser feito por qualquer pessoa acima dos 18 anos de idade.

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