O início da imigração japonesa no Brasil acompanhou o grande fluxo de imigrantes que chegavam ao país entre o final do século XIX e início do século XX, pela alta demanda de mão-de-obra nas lavouras brasileiras, decorrente da abolição da escravidão.
Saíram da terra natal com esperança de um futuro próspero e de mais qualidade de vida para suas famílias. Chegaram em uma terra fértil e produtiva, mas que não era em nada parecida com as de suas origens. Deixaram aqui descendentes e raízes profundas, contribuindo para a formação do DNA brasileiro.
Entenda a seguir quando teve início a imigração japonesa para o Brasil, os motivos que os trouxeram para cá e as dificuldades enfrentadas.
Imigração japonesa no Brasil
No final do século XIX, com a abolição da escravidão no Brasil, houve uma alta demanda de mão-de-obra nas lavouras do país. Por preconceito, evidenciado pelo desejo das autoridades de “branquear” a população, os governos incentivaram a vinda de imigrantes brancos para trabalhar nas fazendas, especialmente as produtoras de café em São Paulo e no norte do Paraná.
Nesse mesmo período, o Japão estava na Era Meiji, quando ocorreram mudanças no regime do governo, saindo de características feudais para uma modernização industrial, realizando reformas que implicaram no crescimento populacional, êxodo rural e que incitaram rebeliões por parte da população. Com o objetivo de aliviar conflitos sociais, o governo passou a estimular a emigração.
O governo brasileiro havia decretado uma Lei permitindo a imigração de japoneses e chineses em 1892. Já no início do século XX, a Companhia Imperial de Emigração do Japão se interessou pelo Brasil como destino de emigrantes japoneses, fazendo um contrato diretamente com o governo paulista para que viessem trabalhadores nipônicos às terras verde-amarelas.
Do lado brasileiro, uma das exigências era que viessem famílias de imigrantes japoneses, e tinha como objetivo garantir que permanecessem por mais tempo, ao invés de trabalhadores solteiros que poderiam vir apenas buscando rápido enriquecimento para em seguida retornar ao Japão.

Outros japoneses já haviam vindo para o Brasil em visitas ou emigrado de forma independente, mas é a data de 18 de junho de 1908 que marca o início da imigração japonesa no Brasil, com a chegada do navio Kasato Maru. A viagem do Porto de Kobe, no Japão, ao Porto de Santos demorou 52 dias e trouxe quase 800 japoneses.
Do Porto de Santos, os imigrantes japoneses foram levados para a Hospedaria de Imigrantes, hoje o Museu da Imigração, localizado no bairro do Brás, em São Paulo. Em seguida, as famílias foram distribuídas por fazendas paulistas de lavouras de café.
Imigração na época da Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial o Brasil apoiou os países Aliados (Estados Unidos e Inglaterra) e, em 1942, declarou guerra aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Diversas leis foram criadas no Brasil nesse período, prejudicando os imigrantes japoneses ao fechar escolas, clubes e associações, confiscar bens e propriedades dos imigrantes e restringir manifestações culturais, o uso de símbolos nipônicos e do idioma japonês. Essas ações resultaram também no aumento do preconceito.
Após a Segunda Guerra, na década de 50, as leis foram canceladas e a imigração japonesa para o Brasil foi retomada e se manteve até o início dos anos 70. Além das lavouras, os novos imigrantes também se direcionaram para as cidades para trabalhar na indústria e no comércio.
Adaptação cultural dos imigrantes
Os trabalhadores dependiam de intérpretes que foram alocados nas fazendas, mas as dificuldades encontradas pelos imigrantes japoneses no Brasil foram muito além do idioma. As diferenças nos costumes, comidas e religião foram outros desafios enfrentados quando chegaram aqui.
Muitos tentaram se desligar dos contratos de trabalho e retornar ao Japão, mas as multas para a quebra de contrato eram altas e desfavoráveis aos imigrantes. Enquanto alguns abandonaram as fazendas apenas no término do contrato, outros fugiram antes mesmo do fim contratual.
Curiosidades sobre a imigração japonesa
Estima-se que até o início da Segunda Guerra Mundial cerca de 190 mil imigrantes japoneses tenham vindo para cá. O Brasil abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão: são cerca de 1,6 milhão de japoneses imigrantes e descendentes.
Famílias japonesas se instalaram em diversas regiões do Brasil, como Amazônia e Pará, mas a imigração japonesa foi mais intensa principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país. Atualmente, os estados com maior proporção de imigrantes japoneses e descendentes são São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Conecte-se com suas origens Em São Paulo, a partir de 1912, grupos de imigrantes japoneses começaram a residir na ladeira Conde de Sarzedas e as redondezas passaram a atrair japoneses que deixavam o campo. A comunidade cresceu e deu origem ao Bairro da Liberdade, que reúne feiras, lojas e restaurantes típicos, além do Museu da Imigração Japonesa e do Festival do Japão, um dos maiores eventos da cultura japonesa no mundo, com exposições, shows, tradições e comidas das 47 províncias do Japão. Em Curitiba, a Praça do Japão é uma homenagem à contribuição japonesa no Paraná, e incluiu o Portal Japonês, o Memorial da Imigração Japonesa e jardins japoneses com cerejeiras. |
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No Brasil havia uma alta demanda de mão-de-obra nas lavouras após a abolição da escravidão, enquanto o Japão passava por profundas mudanças sociais e de governo. O interesse da Companhia Imperial de Emigração do Japão pelo Brasil como destino dos emigrantes e a abertura do Brasil para receber japoneses, estimulou a vinda desses imigrantes no início do século XX.
Os nipo-brasileiros são os brasileiros que possuem ascendência japonesa, sendo também popularmente chamados de mestiços. No Japão, os mestiços de japoneses com outros povos são conhecidos como hafu (ou “half”, “metade” em inglês).
A primeira geração de imigrantes japoneses é chamada de issei. Já a segunda geração, filha dos imigrantes, é chamada de nissei, e a terceira geração, neta dos imigrantes, chamada de sansei.