A origem da Páscoa

A celebração da Páscoa é muito conhecida por ser uma festa cristã, mas a tradição está presente em outros povos muito antes do cristianismo, saiba mais!

Pascoa Cristã

A Páscoa é uma tradição  importante para os seguidores do cristianismo, pois marca a transição da morte para a vida de Jesus, simbolizando a transição para uma vida liberta do pecado após a sacrificação de Jesus. 

A data celebra a ressurreição de Jesus, que ocorreu no terceiro dia após a sua crucificação. As festividades da Páscoa Cristã se iniciam no domingo anterior à Páscoa, o Domingo de Ramos, dia que simboliza o retorno de Jesus à cidade de Jerusalém e que marca o início da Semana Santa. 

Outros momentos importantes da celebração cristã são: A Última Ceia (Quinta-Feira Santa), a morte de Jesus ( Sexta-feira da Paixão); a ressurreição (Domingo de Páscoa).

Páscoa Judaica

Para os judeus (ou hebreus), a Páscoa celebra a libertação do seu povo da escravidão no Egito. O povo foi guiado por Moisés, homem hebreu criado na corte egípcia que durante sua vida adulta se reconectou com as suas tradições e foi instruído por Deus a libertar seu povo do domínio do Faraó do Egito. 

A Páscoa judaica, também chamada de Pessach, significa “passar adiante”, “deixar de fora”. A celebração ocorre no 14º dia do mês hebraico de Nissan, no início da primavera do hemisfério norte. 

Segundo a Bíblia judaica (ou Torá), como o Faraó se recusou a libertar o povo hebreu, Deus enviou uma série de dez pragas sobre a nação do Egito, sendo a última delas a morte de todos os primogênitos. 

Para o povo hebreu não ser assolado por essa praga, Deus orientou que os hebreus fizessem uma marca com o sangue de um cordeiro nas portas de suas casas. Assim o anjo exterminador, não mataria os primogênitos da família, atingindo somente as casas dos egípcios, inclusive o filho do Faraó.

Após perder o seu filho e ver seu reino destruído, o Faraó libertou os hebreus, que foram conduzidos por Moisés à Terra Prometida.

A Páscoa judaica é rica em simbolismo e significado histórico. Durante a semana da Páscoa judaica, o consumo de alimentos fermentados é proibido, em memória da fuga apressada dos hebreus do Egito, que não tiveram tempo de esperar o pão fermentar. 

Páscoa Pagã

Bem antes do contexto religioso, a Páscoa era celebrada por povos germânicos pagãos, anunciando o fim do inverno e início da primavera.

O inverno do hemisfério norte é muito mais severo que o do sul, sendo marcado por temperaturas negativas, diminuição extrema da vegetação e hibernação de animais. A chegada da primavera marca o rompimento do ciclo de escassez e a retomada à vida.

Neste período, era comum o culto à Deusa Eostre ou Ostara, deusa da fertilidade, amor e renascimento. Sua força estava relacionada à aurora e a luz crescente da primavera.

O nome da Deusa foi tão significante para marcar esse período  que o termo Páscoa em inglês e alemão é muito semelhante ao nome da Deusa: Easter (em inglês) e Ostern (em alemão). 

A lenda da lebre (coelho) e dos ovos

Dizem as lendas que Eostre adorava crianças e um dia, quando estava sentada em seu jardim, um pássaro pousou na mão da deusa. Para entreter as crianças que estavam ao seu redor, Eostre transformou o pássaro em uma lebre, seu animal favorito.

Com o passar do tempo a  lebre ficou triste com a transformação, pois não podia mais cantar e voar. A deusa tentou restabelecer sua forma original, mas seus poderes diminuíram com o fim da primavera. Então, todos esperaram até a próxima primavera para que o feitiço fosse desfeito, pelo menos durante alguns instantes. 

O pássaro ficou muito agradecido pela volta de sua forma que botou ovos em homenagem a Eostre, e quando voltou à forma de lebre, pintou seus ovos e os distribuiu pelo mundo.

Para muitos povos, o ovo representa fertilidade, nascimento e o ciclo da vida. Já o coelho, um dos primeiros animais a sair da toca no inverno, é muito atrelado ao renascimento.

Com a expansão do cristianismo alguns destes elementos das  lendas e tradições pagãs foram incorporadas na tradição cristã: como os ovos e o coelho. 

Ovos de chocolate
Os ovos de chocolate foram incorporados na tradição da Páscoa pelos franceses no século XVIII. Embora o costume de presentear familiares e amigos com ovos de chocolate na Páscoa seja muito popular no Brasil,  muitos países europeus permanecem com a tradição de enfeitar e presentear ovos de galinha.

Data móvel

A Páscoa é uma festa móvel, definida durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.C., que é celebrada no primeiro domingo depois da lua cheia, após o dia do equinócio vernal. 

Equinócio vernal
O equinócio vernal é o dia em que os hemisférios sul e norte do planeta Terra recebem a mesma quantidade de luz solar, marcando o início da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul..

Embora o equinócio vernal ocorra entre os dias 20 e 21 de março, a lua cheia não ocorre necessariamente nesta data. Por isso, a data da Páscoa varia desde 22 de março até 25 de abril. 

A data também influencia outras festividades do calendário, como o carnaval.

Tradições populares

Sul do Brasil: colheita da macela

Macela (também chamada de camomila  e carrapicho-de-agulha) é uma planta calmante, antisséptica e digestiva da flora brasileira. 

Especificamente no Rio Grande do Sul,  na madrugada da Sexta-Feira Santa, há a tradição de colher as flores da planta antes que surjam os primeiros raios de sol. A lenda diz que a colheita nesse dia intensifica as propriedades e eficiência do chá. 

Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália: Hot Cross Bun (pão doce)

Durante a época da Páscoa na Inglaterra, Nova Zelândia e Austrália é comum aparecerem nas confeitarias o hot cross bun, um pão doce amanteigado com frutas cristalizadas ou secas. O pãozinho tem uma marca característica: uma cruz (cross, em inglês) desenhada no topo. A cruz deve ser feita antes do cozimento para “afastar o diabo” e também para lembrar a cruz onde Jesus morreu. 

Finlândia e Suécia: Bruxas da Páscoa

Na Finlândia e Suécia existe um ritual folclórico, semelhante ao Halloween, onde as crianças se vestem de “bruxas”. Na tradição, as crianças carregam galhos de salgueiro (um símbolo de proteção) decorados com fitas coloridas e flores e vão de porta em porta oferecendo bênçãos em troca de chocolates e guloseimas de seus vizinhos. 

Diferente do Halloween, as “bruxas da Páscoa” não são assustadoras, elas usam lenços na cabeça e pintam o rosto com bochechas vermelhas, imitando velhas agricultoras. 

Mas por que se fantasiar de bruxa?

Durante o início da primavera, as bruxas, embora geralmente consideradas entidades más, costumavam trocar o poder de suas bênçãos por alguma forma de pagamento.

Grécia: tsougrisma (o jogo do ovo de Páscoa vermelho)

Na Grécia, o tsougrisma é um jogo tradicional celebrado no Domingo de Páscoa. A brincadeira envolve colorir ovos de galinha de vermelho, representando o sangue de Jesus Cristo. Os ovos são assados ​​em um tsoureki, um pão tradicional da Páscoa, ou usados ​​para jogar o Tsougrisma, que simboliza a ressurreição do Senhor. 

As regras são simples: todos os participantes escolhem um ovo e o quebra em cima do ovo de outra pessoa. Perdedores são aqueles que o ovo quebra com a batida. O jogo continua até que haja apenas um vencedor, que deverá ter boa sorte durante todo o ano.

Como descobrir o que seu DNA diz

Assim como a Páscoa, temos uma grande diversidade de origens. Nosso povo como conhecemos hoje conta com a participação de diversas culturas e ancestralidades, incluindo nativos americanos, africanos, asiáticos e europeus. Todos deixaram heranças em nossa língua, sobrenomes e em nossos costumes.

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