Geneticista, zoologista e famoso por seus estudos com a mosca-da-fruta: Thomas Hunt Morgan é um dos grandes cientistas de todos os tempos.
Realizando inúmeros experimentos com a mosca-da-fruta, Morgan teve papel fundamental em mostrar características presentes nos cromossomos sexuais e a localização dos genes dentro dos cromossomos. Conheça a vida e a importância da pesquisa de Thomas Hunt Morgan, que desde criança já demonstrava ter DNA de cientista.
Quem foi Thomas Hunt Morgan?
Thomas Hunt Morgan nasceu em 1866, na cidade de Lexington, Kentucky, nos Estados Unidos. Quando criança, Morgan já demonstrava interesse pela ciência e pelos animais. Com apenas 10 anos de idade, ele coletava e fazia coleções de restos de ossos e de ovos que encontrava no campo e contemplava pássaros e outros animais, mostrando que o espírito curioso e observador era natural de sua personalidade.
Na faculdade, ele focou nos estudos em história natural e zoologia, e, em 1886, seguindo sua vocação, ele se formou como bacharel em ciências pela Faculdade Estadual de Kentucky (hoje Universidade de Kentucky). Depois, continuando seus estudos, conseguiu seu doutorado pela Universidade de Johns Hopkins, em 1890.
Ao longo de sua carreira acadêmica, da faculdade ao doutorado, Morgan teve contato com diferentes linhas de pesquisa, estudou vários animais e fez experimentos em diversos campos da ciência, como biologia marinha e embriologia.
Os estudos de Thomas Hunt Morgan com a mosca-da-fruta
Depois de um tempo trabalhando na Universidade de Columbia, em Nova York, Morgan passou a fazer experimentos com a espécie mosca-da-fruta ou drosophila (Drosophila melanogaster).
Thomas Morgan procurava uma espécie animal com a qual pudesse trabalhar em suas pesquisas de forma barata, rápida e que coubesse em seu pequeno laboratório: as moscas se tornaram um organismo-modelo perfeito para seus experimentos.
| Mosca-da-fruta As moscas-da-fruta se reproduzem rápido e são fáceis de serem cuidadas, mesmo em um ambiente pequeno, podendo ser criadas em um vidro de laboratório. Morgan e seus alunos geravam milhares e milhares de moscas para seus experimentos. Eles produziam moscas mutantes no laboratório, anotavam quais cruzamentos realizavam e quais as características dos pais e descendentes em cada cruzamento, como a cor dos olhos, cor do corpo, tamanho das asas e tamanho das antenas. Graças ao trabalho de Morgan, muitos outros cientistas passaram a fazer experimentos com a mosca-da-fruta, que se tornou um dos organismos-modelos mais usados na ciência. |
A descoberta dos genes nos cromossomos sexuais
Em um dos seus experimentos que realizou com as moscas-da-fruta, Morgan notou uma mosca mutante interessante: um macho com olhos de cor branca, diferente da cor vermelha que normalmente era encontrada na população. Morgan, então, resolveu cruzar essa mosca de olhos brancos com uma fêmea de olhos vermelhos e, depois, cruzar dois descendentes desse cruzamento entre si.
Analisando as características e quantidades de moscas que surgiram de cada cruzamento, Morgan percebeu que a cor dos olhos – no caso, a mutação da cor branca – era herdada diferentemente pelas moscas machos e fêmeas.
Notando que a cor de olho branca seguia o padrão de herança dos cromossomos sexuais das moscas, Morgan descobriu que o fator que determinava a cor dos olhos dessa espécie estava, portanto, localizado em um dos cromossomos que determinava o sexo. Depois, provou-se que era no cromossomo X.
Com esse experimento Thomas Morgan mostrou que algumas características eram ligadas ao sexo e herdadas da mesma forma que os cromossomos sexuais das moscas. Seus experimentos indicaram que os fatores genéticos que determinavam essas características estavam nos cromossomos.
A descoberta dos genes nos cromossomos
Morgan também notou que algumas das características das moscas eram sempre herdadas juntas, como se passassem de geração em geração na forma de um único pacote.
Morgan entendeu que nos cromossomos deveriam existir unidades ou fatores hereditários que eram passados juntos para as próximas gerações, por estarem em posições fisicamente próximas nos cromossomos.
Ele nomeou esses fatores como genes (esse termo já tinha sido criado anteriormente, por outro cientista) e chegou a conclusão que esses genes estavam organizados de forma linear nos cromossomos (como as contas de um colar), sendo que quanto mais próximos fisicamente (o que chamamos de linkage ou ligação gênica), maior a chance de serem herdados juntos.
Saiba mais sobre ligação gênica em Mitose e meiose: a divisão celular é essencial.
Em homenagem a esses estudos com drosófilas, existe na genética uma medida para a distância entre os genes nos cromossomos chamada de centimorgan (cM) ou morganídeo.
Prêmio Nobel e o legado de Thomas Hunt Morgan
Pelo impacto do seu trabalho, demonstrando a importância dos cromossomos para a hereditariedade, Thomas Hunt Morgan foi laureado com o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1933.
Morgan ajudou a definir muitos conceitos em genética. Além disso, ele fez grandes descobertas também no campo da embriologia, no entendimento dos diferentes estágios de desenvolvimento animal e também estudou como ocorre a regeneração de tecidos.
Thomas Hunt Morgan morreu em 1945, aos 79 anos de idade, devido a um ataque cardíaco, deixando um legado científico inestimável que perdura até os dias atuais.
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Geneticista, zoologista e famoso por seus estudos com a mosca-da-fruta, Thomas Hunt Morgan é um dos grandes cientistas de todos os tempos, que fez um trabalho fundamental para estabelecer o papel dos cromossomos na herança genética.
Thomas Hunt Morgan estudou vários animais ao longo de sua vida, mas ficou famoso por ter feito inúmeros experimentos em genética com as moscas-da-fruta ou drosophilas (espécie Drosophila melanogaster).
Thomas Hunt Morgan estabeleceu que certas características são herdadas junto aos cromossomos sexuais e que os genes ocupam posições específicas nos cromossomos.
