A seleção natural é um importante mecanismo que está relacionado com a adaptação e a evolução das espécies biológicas, inclusive da nossa espécie, Homo sapiens. Entenda o que é seleção natural e como ela ocorre e conheça 5 exemplos de como a seleção natural age na adaptação das espécies.
O que é seleção natural?
Seleção natural pode ser definida como o mecanismo que resulta na sobrevivência daqueles organismos mais adaptados a um determinado ambiente, ou seja, daqueles que têm as características mais vantajosas que aumentam sua chance de sobrevivência em um local.
Como consequência, esses organismos mais adaptados e seus descendentes se tornam mais comuns na população, enquanto aqueles que têm características desvantajosas ou prejudiciais diminuem em número.
Como acontece a seleção natural?
Para entender como a seleção natural acontece, imagine que em um determinado lugar exista uma população de plantas de uma mesma espécie que servem de alimento para animais herbívoros diversos, como coelhos.
- Algumas dessas plantas possuem espinhos que são mais longos e, assim, são comidas com menos frequência pelos coelhos, já que os espinhos os machucam.
- As plantas com espinhos mais longos têm mais chance de sobreviver e, portanto, de se reproduzir e gerar descendentes, quando comparadas às outras que têm espinhos menores e são a comida preferida dos coelhos.
Ter espinhos longos é uma característica vantajosa, que aumenta as chances de sobrevivência nesse ambiente.
- Com o passar de muitas gerações, essas plantas com espinhos mais longos vão aumentando em número na população e se tornando mais comuns que as de espinhos curtos.
Assim, o mecanismo de seleção natural age preservando aquelas plantas que são mais adaptadas nessa população e nesse ambiente.
| Os seres humanos também podem moldar as espécies, através do processo de domesticação ou seleção artificial. Entenda o que é esse processo e conheça exemplos em Domesticação de plantas: conheça 5 exemplos. |
Qual a relação da genética com a seleção natural?
O que gera parte da variabilidade de características físicas e comportamentais que vemos entre os organismos – como os espinhos longos e curtos – é o conjunto de variações que existem nos genes.
Quando Charles Darwin propôs a teoria da seleção natural em seu famoso livro A Origem das Espécies por meio da Seleção Natural, publicado em 1859, ele não sabia do papel dos genes, já que os primeiros trabalhos de Genética foram publicados por Gregor Mendel apenas em 1865.
Quando dizemos que as características vantajosas são selecionadas e passadas de geração em geração, isso quer dizer que as variações genéticas que as determinam estão nos descendentes mais adaptados.
5 exemplos de como a seleção natural atua
Além das paisagens naturais, o ambiente urbano está cheio de desafios que criam condições e diferentes filtros para a evolução das espécies. Conheça alguns exemplos curiosos de como a seleção natural atua na evolução dos seres vivos!
1.A cor das mariposas e a Revolução Industrial
Mariposas da espécie Biston betularia, comuns no hemisfério norte, são um dos exemplos mais clássicos de seleção natural. Até meados do século 19, a cor predominante das mariposas era branca com alguns pontos de cor preta. Esse padrão era muito semelhante às árvores em que elas pousavam, o que funcionava como uma camuflagem.
Porém, com a Revolução Industrial, as árvores se tornaram escuras, cobertas pela fuligem da queima de carvão. Assim, aquelas mariposas de cor mais escura passaram a ter vantagem, pois se camuflavam melhor nas árvores e eram menos predadas pelos pássaros. Com o tempo, essas se tornaram mais comuns na população.
2.A locomoção dos lagartos nas estruturas urbanas
Cientistas descobriram que populações de lagartos da espécie Anolis cristatellus que vivem em ambientes urbanos têm os membros locomotores mais longos e apresentam um maior número de escamas embaixo dos dedos, em comparação aos lagartos que habitam florestas.
Essas características são vantajosas pois conferem mais adesão às superfícies de prédios, casas, canos e outros materiais comuns nas cidades, que são mais lisos que o tronco de árvores.
3.O metabolismo dos camundongos nas grandes cidades
Pesquisas mostram que camundongos da espécie Peromyscus leucopus, nativa da América do Norte, que vivem em ambiente urbano, têm o metabolismo otimizado para digerir melhor gordura e carboidratos, nutrientes facilmente encontrados nos restos de comidas humanas que eles consomem nas grandes cidades.
4.O tipo de sementes das plantas das calçadas
Plantas da espécie Crepis sancta que vivem nas jardineiras das calçadas das cidades produzem preferencialmente sementes mais pesadas, que tendem a cair próximas ao pé da planta-mãe.
Na natureza, longe da paisagem urbana, essas plantas produzem mais sementes do tipo aladas, que são dispersas pelo vento e caem bem longe da planta-mãe. Porém, esse tipo de semente que voa não é vantajosa na cidade, já que na paisagem urbana existe muito mais chance da semente alada cair no asfalto do que em uma jardineira com terra.
5.A seleção natural na espécie humana
Como todos os seres vivos, nossa espécie também evoluiu e evolui pela ação da seleção natural. Podemos ver evidências da seleção natural em várias de nossas características, como, por exemplo, na resistência a algumas doenças.
Algumas doenças do sangue, como a anemia falciforme, geram resistência à malária e, por trazerem essa vantagem, são muito mais frequentes nos locais onde a malária é endêmica.
Saiba mais sobre como mutações podem conferir vantagens adaptativas contra doenças em Mutantes: 5 exemplos de imunidade a doenças.
Os bajaus, os tibetanos e os inuítes também possuem variantes genéticas que se mantiveram na população pela seleção natural por conferirem vantagens para viver onde esses povos habitam.
| E a cauda do pavão? A cauda do pavão, a juba do leão, o canto de algumas espécies de aves, todos são exemplos de seleção sexual. Na teoria, podemos definir a seleção sexual como a seleção que reúne comportamentos envolvidos com a aptidão reprodutiva, mas na prática a seleção natural e a sexual se conectam. Conheça exemplos de seleção sexual em Seleção sexual: a busca pelos parceiros reprodutivos. |
A seleção natural é o mecanismo que seleciona características vantajosas e seus genes, que passam a se tornar mais comuns na população. A informação genética contida no DNA pode ter um papel muito importante na história evolutiva de uma espécie, e também na sua saúde e no seu autoconhecimento.
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Seleção natural é o mecanismo que resulta na sobrevivência daqueles organismos mais adaptados a um determinado ambiente, ou seja, daqueles que têm as características mais vantajosas que aumentam sua chance de sobrevivência em um local.
São as variantes genéticas que determinam as características que conferem maior ou menor adaptação ao ambiente.
A seleção natural favorece aqueles indivíduos cujos genes predispõem a características que são vantajosas e que aumentam a sobrevivência. Já as características e comportamentos envolvidos na aptidão reprodutiva são orquestrados pela seleção sexual.
