A domesticação de plantas provavelmente começou há cerca de 10 mil anos, com os primeiros agricultores. Nesse processo as características de interesse são selecionadas gradativamente, como tamanho e sabor dos frutos ou beleza das flores. Em um período relativamente rápido, entre 20 e 100 anos, o conjunto de características e o genoma da espécie domesticada já são diferentes de seus ancestrais silvestres.
O que é domesticação
O processo de domesticação, de plantas ou animais, envolve o cultivo e a seleção artificial feita pelo homem, intencionalmente ou inconscientemente, que resulta na mudança das características originais da espécie. Mas é um processo que também altera o comportamento e a evolução humana.
Por isso, a domesticação é considerada um processo co-evolutivo, ou seja, além de ter uma interdependência entre a espécie humana e a espécie domesticada, o processo beneficia e modifica a história natural dos dois lados.
Seleção artificial A característica de interesse é selecionada através da reprodução de plantas que tenham tal característica. Depois de algumas gerações cruzando plantas que possuem frutos mais doces, por exemplo, o resultado será um aumento na produção de frutos mais doces. Uma forma mais rápida de fazer essa seleção é pela geração de organismos geneticamente modificados, ou seja, que passam por alguma alteração genética artificial, induzida em laboratório – como provocar o aumento ou diminuição da expressão de um gene, por exemplo. Os transgênicos são os organismos geneticamente modificados que receberam genes de outros organismos. |
5 plantas domesticadas do nosso dia a dia
Conheça a origem de algumas plantas que fazem parte do nosso dia a dia, as características que mudaram com a domesticação e como a genética está envolvida nesse processo.
1. Milho
Com origem do México, acredita-se que a domesticação do milho tenha ocorrido entre 7 mil e 10 mil anos atrás por povos indígenas da América Central, como maias, incas e astecas. O ancestral mais próximo do milho é o teosinto, em que os grãos soltam da espiga quando estão maduros, característica perdida no milho domesticado.
O milho é uma das plantas mais cultivadas do mundo, servido como alimento tanto para homens quanto para animais e tem também sua importância científica, como os estudos genéticos feitos por Barbara McClintock.

Milho transgênico O milho transgênico Bt, criado em 1996, recebeu genes da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), que expressam proteínas com propriedades inseticidas contra lagartas que são capazes de acabar com mais de 30% das plantações de milho. Atualmente essa variedade de milho transgênico é utilizada em 90% das plantações brasileiras. |
2. Tomate
Estudos genéticos mostram que o tomate tem origem da região do Equador e Peru, mas a domesticação desse fruto ocorreu no México.
Entre as características de interesse mais selecionadas nos tomateiros estão: resistência a pragas e doenças, produtividade e qualidade dos frutos, como tamanho e sabor. A espécie ancestral é o tomate do tipo cereja, que pesa entre 2 e 3 gramas, enquanto o tomate cultivado pesa cerca de 100 gramas graças à seleção por tamanho dos frutos no processo de domesticação.
Tomates vitaminados Buscando desenvolver uma nova fonte de vitamina D, pesquisadores utilizaram ferramentas de edição genética com a técnica CRISPR para criar tomates ricos em vitamina D. |

3. Mandioca
De origem amazônica, a mandioca foi domesticada nessa região há cerca de 9 mil anos. Na mandioca domesticada, as raízes são mais grossas e com maior capacidade de armazenar carboidratos do que na sua ancestral selvagem. Em algumas variedades também há menor concentração de um composto muito tóxico, o cianeto.
4. Café
Registros históricos, fenotípicos e estudos genéticos mostraram que o café é originário da Etiópia. Saindo do Chifre da África, ele foi introduzido no Iêmen, principal local de cultivo do café antes de conquistar os 4 cantos do mundo.
Há 124 espécies selvagens de café, com grande variabilidade de características, como tolerância ao clima árido, resistência a pragas, quantidade de cafeína e sabor.
5. Banana
Um grande estudo genético, em mais de 100 variedades de bananas, foi realizado para descobrir a origem e história de domesticação dessa fruta. Os resultados sugerem que a banana moderna tem contribuição genética de 3 espécies: uma da Nova Guiné, outra da Tailândia e a terceira vem da região entre Borneo e Filipinas.
Cerca de 7 mil anos atrás as bananas não eram nada atrativas: possuíam muitas sementes e praticamente não eram comestíveis. Na época, eram mais consumidas as flores e os caules da planta.

Genética entre o passado e o futuro A genética é fundamental para descobrir a origem e a história de domesticação das espécies, fornecendo pistas sobre quais são os “parentes” mais próximos das variedades que hoje são cultivadas. Conhecer quem são esses parentes é útil porque são fonte de variabilidade, ou seja, podem “fornecer” novas características (e genes) à espécie cultivada, seja através de cruzamentos ou de edição genética em laboratório. |
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O processo de domesticação de plantas envolve o cultivo e a seleção artificial feita pelo homem, que resulta na mudança das características originais da espécie. É considerado um processo co-evolutivo, devido à interdependência entre a espécie humana e a espécie domesticada.
É a seleção de características de interesse de espécies animais ou vegetais feita pelo homem, através de cruzamentos ou de edição genética.
Registros históricos, fenotípicos e estudos genéticos mostraram que o café é originário da Etiópia. Saindo do Chifre da África, ele foi introduzido no Iêmen, principal local de cultivo do café antes de conquistar os 4 cantos do mundo.