Teste de ancestralidade: quando o nosso DNA conta histórias

O avanço da ciência nos últimos anos impulsionou o crescimento dos exames genéticos. Cada vez mais modernos e acessíveis, eles ajudam a promover autoconhecimento. Afinal, o DNA humano carrega cerca de 120 gigabytes de informações.

A partir de uma amostra de saliva, hoje é possível analisar o DNA de uma pessoa e saber onde estão suas origens genéticas. Se você ainda não fez um teste de ancestralidade, no mínimo já teve curiosidade em saber quais seriam seus resultados ou como ele funciona.

Ancestralidade genética

Ancestralidade é tudo o que se refere às nossas raízes, às características e aos costumes da nossa família. É uma herança que recebemos de várias gerações, e que pode ser preservada – ou perdida – com o tempo.

Mas independentemente de saber ou não a história exata da nossa família, e as influências recebidas ao longo do tempo, a ancestralidade genética fica armazenada no nosso DNA, como em um backup. E toda célula do nosso organismo guarda uma cópia dele.

É isso que ajuda a manter essa herança viva, e ainda permite explorar dados e revelar histórias. Mas sabe como isso acontece?

O segredo está no DNA

O DNA humano tem 99,9% de semelhança. Mesmo assim, é o 0,1% restante que faz toda a diferença. Nele, estão armazenadas todas as variações genéticas que nos tornam únicos, mas também nos agrupam em famílias, regiões e povos.

O nosso DNA é como um manual que carrega as instruções exatas para a formação. Sendo assim, os genes são os capítulos, que garantem a manutenção e o funcionamento do nosso organismo. Eles trazem instruções específicas, como a cor dos olhos, o tipo de cabelo, a tolerância a alimentos e medicamentos.

E tudo isso é herdado, porque o DNA de uma pessoa é composto por 50% dos genes do pai e 50% dos genes da mãe. E eles, por sua vez, também herdaram metade dos genes dos seus pais, que também herdaram dos pais deles, e assim por diante.

Dentro de 0,1% da porção do nosso DNA estão as variações genéticas que nos tornam únicos e também nos agrupam em famílias, regiões e etnias.

Como funciona um teste de ancestralidade

Pode parecer coincidência, mas é ciência pura. Alguns trechos do DNA são comuns em pessoas de uma mesma etnia. E  isso acontece porque elas vieram dos mesmos antepassados, e portanto, compartilham línguas, culturas e também variantes genéticas.

Os olhos amendoados dos asiáticos, por exemplo, são resultado de uma adaptação evolutiva do grupo biológico que deu origem a todos os orientais. Essa variação genética, por sua vez, é hereditária, ou seja, está presente no DNA de seus descendentes, no mundo todo.

O teste de ancestralidade usa uma amostra de saliva para extrair o DNA, identificar essas variantes em todo o genoma e compará-las a trechos de diferentes povos ao redor do mundo. Para isso, claro, é preciso ter um banco com dados genéticos armazenados. 

Quanto mais dados, maior o banco e mais preciso o resultado. O material genético de pessoas do mundo inteiro permitiu, inclusive, entender as ondas migratórias dos povos e as semelhanças genéticas entre pessoas que conviveram em regiões próximas.

“Mas o meu avô era italiano, eu tenho certeza!”

É comum, porém, ter surpresas com o resultado de um teste genético. Isso porque, em alguns casos, as etnias encontradas diferem de histórias contadas na família. E calma, isso não significa que alguém tenha mentido. Para entender melhor por que isso acontece, é preciso saber  que:

  1.  Os países como conhecemos hoje, seus territórios, fronteiras e todas as características políticas, são resultados de séculos de história, e muita coisa já mudou. E;
  2. Nascer em um país não necessariamente significa ter todas as raízes fundadas ali – nossos antepassados também eram uma mistura de povos.

Historicamente, além das fronteiras políticas terem sido alteradas diversas vezes, as migrações e a proximidade geográfica contribuíram para o compartilhamento genético entre povos. Por exemplo, portugueses e espanhóis, apesar de possuírem tradições e culturas diferentes, estiveram em contato próximo ao longo da história. Por isso, apresentam grande similaridade genética.

É por isso que ambos fazem parte do agrupamento genético da Península Ibérica. Agrupamentos genéticos são grupos classificados por cientistas que podem abranger várias “nacionalidades” como conhecemos hoje, detalhando subgrupos étnicos.

O Brasil, que tem uma mistura muito rica de povos, durante séculos recebeu imigrantes da Europa, África e Ásia, em diversos contextos políticos e sociais. Por isso, quem nasce aqui é brasileiro, mas é basicamente impossível ter DNA 100% local.

Nossa cultura é formada por elementos diversos, de origens diversas, que se tornaram parte da nossa identidade: acarajé, tapioca, esfiha, panettone… com certeza você se lembra de outros exemplos. Mas quais deles fazem parte da sua família? Quais símbolos ajudam a contar a sua história?

A cultura brasileira é formada pela contribuição de vários povos que se tornaram parte da nossa identidade.

Por que fazer um teste de ancestralidade

Separando as ideias de nação e etnia, o fato de ter nascido no Brasil não necessariamente diz muito sobre a origem exata da família de uma pessoa. Isso porque a nossa população é formada a partir da contribuição de dezenas de outros povos, além dos que já viviam aqui antes de 1500.

Ao saber o que o nosso DNA diz, podemos descobrir informações que são únicas para cada pessoa, tais como a combinação de variantes genéticas que foram passadas por gerações até chegar em nós.

Por isso, uma única amostra de saliva pode ser a sua oportunidade de descobrir as culturas e lugares que fazem parte da história: a sua, da sua família e até dos antepassados que você não conheceu. Mesmo tendo “certeza” da nossa origem, um teste de ancestralidade pode revelar muito mais!

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4 comments
  1. Interessante artigo. Tenho uma dúvida, gostaria da sua ajuda para saná-la. O teste origens, quando realizado por mulheres, também mapeia a ancestralidade paterna? Agradeço o esclarecimento.

    1. Obrigado pelo elogio, Maira. Respondendo a sua pergunta, a análise do teste meuDNA Origens é baseada em milhares de marcadores, recebidos tanto pelo pai quanto pelo mãe, espalhados pelo genoma humano. Mas os resultados não fornecem dados de linhagens.

    1. Oi, Simone! A análise do teste meuDNA Origens é baseada em milhares de marcadores, recebidos tanto pelo pai quanto pelo mãe, espalhados pelo genoma humano. Esses marcadores estão localizados tanto nos cromossomos autossômicos quanto nos sexuais (X e Y). Mas os resultados não fornecem dados de linhagens materna ou paterna.

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