Supercentenários são aquelas pessoas que chegam à idade de 110 anos ou mais. Esse grupo seleto (estima-se cerca de 1100 supercentenários vivendo atualmente) parece desafiar os limites do envelhecimento do corpo humano. Para se ter ideia, em 2021, a idade média mundial era de 30 anos e na população com a maior longevidade, a de Mônaco, estima-se que as pessoas vivam até cerca de 86 anos na média.
Descubra o que a ciência sabe sobre os supercentenários, o que eles têm em comum e se existe (ou não) um gene relacionado ao envelhecimento.
Existe um gene para a longevidade e o envelhecimento?
A expectativa de vida é um traço poligênico e complexo: o que determina a duração da vida de uma pessoa é a combinação de fatores genéticos, mais precisamente de diversas variantes espalhadas pelo DNA, com o estilo de vida e os fatores ambientais.
Não existe um gene do envelhecimento e da longevidade, assim como não existe um alimento específico ou exercício físico que, sozinho, vai fazer alguém viver mais.
Mas será que os supercentenários têm alguma característica genética que os diferencia das demais pessoas? Existe um segredo para viver até os 110 anos?
O que os supercentenários têm em comum?
Supercentenários geralmente têm um estilo de vida saudável: se alimentam bem, não são sedentários e não fumam ou exageram no consumo de álcool. Esse conjunto de hábitos saudáveis faz com que eles tenham menos chance de desenvolver doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento, como diabetes, câncer e pressão alta. Porém, os estudos mostram que os parentes de primeiro grau, como filhos, dos supercentenários e centenários (aqueles que chegam aos 100 anos) também vivem mais do que a média.
Isso mostra que não apenas o compartilhamento de hábitos e estilo de vida, mas também de fatores genéticos parece ter papel importante na longevidade. Com os avanços nas técnicas de sequenciamento do DNA foi possível descobrir algumas características genéticas associadas à longevidade dos supercentenários e centenários.
A genética dos supercentenários
A comparação do genoma de centenários e supercentenários com o genoma de pessoas comuns revelou algumas características importantes. Supercentenários têm variantes em genes que podem ajudar a proteger dos efeitos do envelhecimento: essas variantes protetoras possivelmente conferem maior eficiência em mecanismos como:
- reparo do DNA (que tem relação com a origem dos cânceres)
- proteção contra radicais livres (que interferem no tamanho de estruturas cromossômicas importantes chamadas telômeros)
- redução de processos inflamatórios, que desencadeiam doenças relacionadas ao envelhecimento
- resposta aos danos causados pela radiação ultravioleta (UV).
Uma das consequências dessas características genéticas é que os centenários e supercentenários acumulam menos mutações em genes relacionados ao aumento no risco de doenças do coração, acidente vascular cerebral e outras malignidades, como câncer nas células do sangue.
A genética dos supercentenários | |
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![]() | Análise do DNA revela a presença de variantes que possivelmente conferem maior eficiência em mecanismos como: – reparo do DNA – proteção contra radicais livres – redução de processos inflamatórios – resposta à radiação ultravioleta (UV). |
Cientistas recentemente encontraram evidências de que não apenas variações na sequência do DNA, mas mudanças epigenéticas podem ter papel importante na longevidade dos supercentenários e centenários. Eles encontraram marcadores epigenéticos que mudam a atividade de um gene específico, cuja ação diminui a ocorrência de processos inflamatórios.
Quanto mais velho, maior a influência da genética |
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Cientistas acreditam que até cerca de 80-90 anos de idade, o estilo de vida tem um papel maior que a genética na expectativa de vida de uma pessoa. Assim, os seus hábitos te levam mais perto (ou não) de ser um supercentenário até quase 100 anos |
Como a ciência estuda o envelhecimento?
Com um grupo tão seleto de pessoas que atingem idade para ser um centenário ou supercentenário, os cientistas precisam ter também outros meios de estudar o envelhecimento. Para isso, eles usam organismos modelos e aplicam o que aprenderam no estudo com esses animais para o ser humano.
Uma das espécies mais usadas para entender os mecanismos relacionados ao envelhecimento nos vertebrados é o peixe killifish turquesa, nativo do continente africano.
Ilhas dos centenários As ilhas de Sardenha (pertencente à Itália) e Okinawa (Japão) abrigam muitas pessoas que chegam aos 90 anos ou mais. Como são geograficamente mais isoladas, são importantes para os estudos de envelhecimento pois o sequenciamento do genoma de seus habitantes centenários pode facilitar o descobrimento de variantes genéticas associadas à longevidade. Além disso, é possível entender também se fatores ambientais e de estilo de vida (como dieta) contribuem com a idade avançada de seus habitantes. |
Como viver mais e melhor?
Os supercentenários não são extraordinários apenas por viverem pelo menos até os 110 anos, mas por viverem saudavelmente, ainda que em idades tão longevas. O componente genético presente em seus genes, que os protegem dos efeitos comuns do envelhecimento, tem um papel importante, mas os genes são apenas uma parte dessa equação que leva à longevidade.
O que você pode fazer para viver mais e melhor?
- Se exercite: a prática de exercícios físicos diminui o risco de doenças relacionadas ao envelhecimento e aumenta a qualidade de vida.
- Se alimente de forma saudável: evite alimentos ultraprocessados, o abuso de álcool e dê preferência para consumir frutas, verduras e legumes.
- Não consuma tabaco: não existem níveis saudáveis para o consumo dessa substância.
- Faça exames de rotina: consulte-se com um médico de confiança e faça exames de check-up.
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É o conjunto de mudanças fisiológicas que acontecem com o passar dos anos, levando ao declínio das funções biológicas normais do organismo.
Supercentenários são aquelas pessoas que chegam à idade de 110 anos ou mais. Já os centenários são aqueles que chegam aos 100 anos. Estima-se cerca de 1100 supercentenários vivendo atualmente.
A longevidade é um traço poligênico e complexo: o que determina a idade que uma pessoa vai chegar envolve fatores genéticos, mais precisamente diversas variantes espalhadas pelo DNA, bem como a interação desses fatores com o estilo de vida e os fatores ambientais.