Está no DNA: tabagismo

Mão de uma mulher com um cigarro, de onde sai uma fumaça em forma de dupla-hélice do DNA
Descubra como fatores genéticos influenciam no tabagismo, saiba quais os genes relacionados e os problemas de saúde que o tabaco pode causar.

O tabagismo, ou seja, o hábito de consumir produtos à base de tabaco, é um dos problemas de saúde pública mais graves do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 1,3 bilhões de pessoas no mundo consomem tabaco. Mas o que leva uma pessoa a começar a fumar? Será que a genética influencia na tendência ao tabagismo?

Descubra qual o papel da genética no tabagismo, se existem genes que podem influenciar nesse hábito e quais doenças estão relacionadas ao consumo de tabaco.

O que é o tabagismo?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo é causado pela dependência à substância chamada nicotina, que está presente nos produtos à base de tabaco.
O tabaco é uma planta cujas folhas possuem o princípio ativo nicotina e são usadas para a produção de diversos produtos como ​​cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, tabaco para narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar. O tabaco pode ser inalado, mascado ou aspirado, dependendo de como é apresentado.
Em todas as formas é prejudicial à saúde.

Quais fatores influenciam no tabagismo?

O tabagismo é uma característica complexa, ou seja, influenciado tanto por fatores genéticos quanto por fatores ambientais. Além disso, ele é uma característica poligênica, isto é, influenciada por variações presentes em vários genes ao longo do DNA.

Não é apenas um fator, mas a combinação dos genes e do ambiente que influencia na predisposição e demais comportamentos de uma pessoa com relação ao tabagismo.

Fatores genéticos relacionados ao tabagismo

Genes que influenciam o tabagismo estão relacionados principalmente à metabolização da nicotina e ao sistema de recompensa ativado por essa substância no cérebro.

Mutações nesses genes influenciam na variação observada entre as pessoas com relação aos comportamentos do tabagismo, como idade que começou a fumar e quantos cigarros fuma por dia. Confira alguns exemplos de genes que segundo os cientistas são importantes para o tabagismo.

Genes CHRNA3/A5/B4 e a liberação de dopamina

A dopamina é um neurotransmissor relacionado às sensações de prazer e de motivação. Quando uma pessoa fuma, a nicotina chega ao cérebro e provoca a liberação de dopamina, ativando o centro de recompensa, e incentivando a repetição desse comportamento, levando à dependência.

Os produtos feitos à base de tabaco podem ter milhares de substâncias, mas a nicotina é a principal responsável pela dependência, pois ela age diretamente nesses receptores das células nervosas.

Variações presentes nos genes CHRNA3, CHRNA5 e CHRNB4, que codificam partes desses receptores estimulados pela nicotina, podem influenciar no risco de uma pessoa se tornar dependente do tabaco, ao reduzir ou aumentar a ação estimulante da nicotina, levando ao menor ou maior consumo de tabaco.

Saiba como a dopamina também tem papel na personalidade de uma pessoa.

Gene CYP2A6 e a metabolização da nicotina

O gene CYP2A6 produz uma enzima que quebra a nicotina. Variações nesse gene influenciam na velocidade que o organismo de uma pessoa processa a nicotina e, assim, impactam na quantidade de nicotina que chega aos seus respectivos receptores.

Pessoas que têm certas variações genéticas em CYP2A6 diminuem a velocidade de degradação da nicotina. Caso essas pessoas sejam fumantes, tendem a consumir menos cigarros por dia, já que a nicotina fica acumulada e chega aos receptores antes de ser degradada.

Fatores ambientais relacionados ao tabagismo

Ter um perfil genético que aumenta as chances de consumir tabaco não determina que uma pessoa vai se tornar tabagista. Fatores ambientais também influenciam no consumo, como: a percepção que um indivíduo tem dele mesmo e seus outros traços de personalidade, fatores sócio-econômicos, o ambiente em que se vive e o contato com propagandas de cigarros e outros produtos à base de tabaco.

A convivência com pais ou amigos que fumam é um fator-chave que pode contribuir para a iniciação do tabagismo em adolescentes. 

Quais características do tabagismo podem ser explicadas pela genética e quais pelo ambiente?

Os fatores genéticos e ambientais contribuem em diferentes proporções, de acordo com a idade, o sexo biológico e com a característica relacionada ao tabagismo. 

Em adolescentes, por exemplo, a idade em que se começa a fumar parece ser mais influenciada por fatores ambientais do que por fatores genéticos. Já a quantidade de cigarros fumados por dia parece ser mais influenciada pela genética.

Segundo a ciência, a genética pode explicar até 80% da variação observada entre as pessoas, quando pensamos nos hábitos do tabagismo.

Problemas de saúde associados ao tabagismo

A nicotina e outras centenas de substâncias que existem nos produtos à base de tabaco são muito prejudiciais à saúde. O tabagismo está associado a vários tipos de câncer, doenças cardíacas, pulmonares, diabetes e até problemas no sistema imunológico e na visão. 

Fumar tabaco aumenta consideravelmente as chances de câncer de pulmão: segundo a Associação Americana de Pulmão, fumar é o principal fator de risco associado à doença, sendo responsável por aproximadamente 90% dos casos.

Além disso, o tabagismo também aumenta os riscos de câncer de boca, de esôfago, de estômago, de fígado, de mama, e no sangue.

Fumantes passivos, quando respiram a fumaça do cigarro, também têm risco aumentado para as doenças associadas ao tabagismo.

Imagem apontando partes do corpo afetadas pelo tabagismo
Dia Mundial sem Tabaco
A data de 31 de maio é muito importante pois marca o Dia Mundial sem Tabaco. Ela foi criada pela OMS em 1987 e anualmente divulga campanhas que alertam sobre as doenças e mortes evitáveis que são causadas pelo tabagismo. 

Não apenas “com quem você anda” e outros fatores ambientais, mas também a genética podem explicar sua predisposição ao tabagismo. Além disso, existem muitas outras informações que estão escritas nas bases genéticas que compõem o seu DNA. Quer descobrir o que #TáNoSeuDNA?

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Como a nicotina vicia?

A nicotina é uma substância presente no tabaco e que é altamente viciante. Ela estimula a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, o que reforça o comportamento de fumar: quanto mais a pessoa fuma, mais ela quer fumar.

O tabagismo é genético?

O tabagismo é uma característica complexa, ou seja, determinada tanto por fatores genéticos quanto por fatores ambientais. Além disso, é uma característica poligênica,  influenciada por variações presentes em vários genes ao longo do DNA.

Quais doenças o tabagismo pode causar?

O tabagismo está associado a vários tipos de câncer, principalmente câncer de pulmão, doenças cardíacas, pulmonares, diabetes e até problemas no sistema imunológico e na visão.

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