O câncer é um conjunto de mais de 100 diferentes doenças cuja origem está relacionada à divisão celular descontrolada de células, formando tumores. Existem diferentes tipos de câncer, que podem aparecer desde a infância até a idade adulta e atingir diferentes partes do corpo, como mamas, ovário, estômago, próstata, olhos e pele.
Muito provavelmente você conhece alguém que tem ou que teve câncer, já que o câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de que, entre 2020 e 2022, sejam registrados 625 mil casos novos de câncer no Brasil. Sendo um assunto amplamente divulgado na TV, na internet, nos jornais e sobre o que as pessoas conversam com frequência, não é inesperado que existam muitos mitos ao seu redor.
Mitos a respeito do câncer podem levar uma pessoa a tomar as decisões erradas, não adotando hábitos saudáveis que possam prevenir o aparecimento da doença, por exemplo. Além disso, as ideias erradas sobre o câncer podem causar preocupações desnecessárias ou fazer com que um paciente acredite em formas alternativas de tratamento que não são efetivas.
Um estudo recente no Reino Unido mostrou que a maior parte dos fatores de risco para desenvolver o câncer é desconhecida pelas pessoas, enquanto que os mitos sobre o câncer são amplamente aceitos e tidos como verdadeiros.
Saiba no post a resposta para algumas das principais perguntas sobre o câncer e como a genética se relaciona com essa doença.
Câncer é sempre genético?
Sim. Todo câncer é causado por mutações que se acumulam no DNA da célula. Na maioria dos cânceres essas alterações se acumulam ao longo da vida, devido a vários fatores, como o estilo de vida. Nesse caso, o câncer é chamado de esporádico. Já quando as mutações são herdadas do pai e/ou da mãe, chamamos de câncer hereditário, que é um tipo de câncer mais raro.
Todo câncer é genético, mas nem todo câncer é hereditário.
Câncer é contagioso?
Não. Você não pode “pegar” câncer de outra pessoa pelo contato próximo, pelo toque, pelo compartilhamento de objetos, de alimentos, etc. O câncer não é uma doença contagiosa.
No entanto, existem algumas doenças infecciosas causadas por vírus (como o papilomavírus humano – HPV), bactérias e outros parasitas que podem aumentar a chance de uma pessoa vir a desenvolver câncer.
Isso pode acontecer por vários motivos, dentre eles o fato de que alguns vírus podem causar um descontrole na multiplicação celular e de que algumas infecções levam a um quadro de inflamação de longo prazo, o que altera as características das células.
O HPV é uma das principais causas do câncer de colo de útero, que é o segundo tipo de câncer que mais atinge mulheres no mundo.
Se eu não fumo, nunca terei câncer de pulmão?
Não, mesmo aqueles que não fumam podem ter câncer de pulmão. Porém, pessoas que fumam têm muito mais chances de ter câncer de pulmão do que não fumantes. O tabagismo está ligado a 90% dos casos de câncer de pulmão, mas outros fatores podem levar ao desenvolvimento desse tipo de câncer, como exposição a fumaças tóxicas e fatores genéticos.
Qualquer tipo de tabaco inalado leva ao aumento do risco de desenvolver câncer, seja pelo cigarro comum, charuto, cachimbo, cigarro de palha, narguilé e alguns tipos de dispositivos eletrônicos para fumar.
Desodorante causa câncer de mama?
Não. Algum tempo atrás circularam notícias afirmando que o câncer de mama poderia ser causado pelo alumínio presente nos desodorantes, porém, até o momento, não existem evidências científicas de que o uso de desodorantes provoque o surgimento de tumores nas mamas.
O câncer de mama está associado a vários fatores de risco, como obesidade, consumo frequente de álcool e fatores hereditários. Existem mutações que aumentam consideravelmente o risco do câncer de mama.
O micro-ondas causa câncer?
Não, o aparelho de micro-ondas não causa câncer. Os aparelhos de micro-ondas funcionam ao emitir ondas eletromagnéticas (as micro-ondas) que vibram as moléculas de água presentes nos alimentos, gerando calor.
As ondas (ou radiação) eletromagnéticas são divididas em dois tipos: as ionizantes, que podem danificar o DNA das células, aumentando as chances de se desenvolver câncer, e as não ionizantes, que não danificam o DNA. As ondas envolvidas no funcionamento dos celulares, dos rádios e dos aparelhos de wi-fi e micro-ondas não são ionizantes e é altamente improvável que aumentem as chances de câncer.
A radiação ultravioleta (UV) emitida pelo Sol pode danificar o DNA das células da pele e causar câncer, por isso a importância de usar protetor solar.
Comer açúcar causa câncer?
Não. Apesar de não causar câncer, o consumo excessivo de açúcar, principalmente em alimentos ultraprocessados (como biscoitos, salgadinhos e refrigerantes) pode causar obesidade, um fator de risco associado ao desenvolvimento de câncer, principalmente de esôfago, mama (em mulheres na menopausa), rim e intestino.
Ingerir açúcar também não faz com que um tumor cresça mais rapidamente, assim como dietas sem açúcar ou outros carboidratos não curam o câncer.
A cura para o câncer é rara?
De maneira geral, não. As chances de cura do câncer aumentaram muito com os avanços da medicina, mas variam de acordo com diversos fatores, como o estágio da doença quando descoberta, o tipo de câncer e a forma de tratamento. Geralmente, as chances são maiores se o câncer é descoberto no início, quando o tratamento é mais eficiente.
Costuma-se considerar curado o paciente que passou 5 anos após o tratamento sem evidências da doença. A partir daí, as chances de recidiva (volta do câncer) diminuem consideravelmente.
Existem alimentos que curam o câncer?
Não. Nenhum alimento ou tipo de dieta pode, milagrosamente, curar o câncer. No entanto, é muito importante que o paciente em tratamento para câncer se alimente da forma mais saudável possível, seguindo todas as orientações médicas.
O ideal é evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, gorduras e sódio, que favorecem o ganho de peso e aumentam o risco de desenvolver câncer.
Toda quimioterapia faz o cabelo cair?
Não. Nem todo medicamento usado na quimioterapia faz o cabelo cair e, quando a queda ocorre, varia de pessoa para pessoa. A quimioterapia causa a queda de cabelo (alopecia) por danificar o folículo piloso, a partir de onde o cabelo cresce. Após o fim das sessões, o cabelo volta a crescer.
Durante a quimioterapia, com orientação médica, pode-se fazer uso de estratégias, como toucas geladas, para reduzir a queda de cabelo.
Na minha família tem muitos casos de câncer, isso significa que também vou ter?
Não. Existem muitos fatores relacionados ao câncer e, mesmo nas situações de um câncer hereditário, ter a mutação não é uma sentença de que uma pessoa desenvolverá câncer.

De fato, o histórico familiar ou a presença de uma mutação hereditária aumentam o risco de desenvolver a doença, mas ainda é possível prevenir e, junto a um médico de confiança, traçar planos que diminuam as chances do câncer surgir. Daí a importância dos testes genéticos para saber se você tem ou não predisposição genética para desenvolver câncer.
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meuDNA Revisa
Sim, todo câncer é causado por mutações que se acumulam no DNA da célula. Porém, a minoria dos cânceres é hereditária.
Vários fatores estão associados ao desenvolvimento de câncer, dentre eles o estilo de vida, fatores ambientais, como exposição a substâncias carcinogênicas, e também os fatores genéticos.
Existem muitos mitos a respeito do que causa câncer: celular, micro-ondas, wi-fi, açúcar e desodorante; porém, até onde se sabe, não existem evidências científicas robustas que mostrem que esses fatores causam câncer.